11 de fev. de 2009

Pra sempre ISADORA



Uma das minhas curiosidades quando criança sempre foi porque me chamo ISADORA? Bom, quis entender o porque e fui na fonte. Minha mãe disse que me chamaria Lara, por causa do "Tema de Lara" meu preferido é com a interpretação da Orquestra Sinfônica de Viena. Pois bem, não foi Lara. Nos meses finais da gravidez a dona Ivânia leu o livro "Minha Vida" da Isadora Duncan. A partir desse momento recebi o novo nome...ISADORA!

Fui crescendo e com o passar do tempo quis ir a fundo ver quem era a Isadora Duncan, que por causa dela levo esse nome carregado de história, coragem, sensibilidade, ousadia e arte. Li diversas obras, fragmentos autobiográficos, cartas e me identifico demais com a história dessa personalidade do século 20.

Americana, bailarina, nascida em São Francisco. Pioneira da dança moderna, Isadora causou polêmica ao ignorar todas as técnicas do balé clássico. Sua dança foi inspirada pelas figuras das dançarinas nos vasos gregos encontrado no museu do Louvre, outras fontes informam que tais vasos foram vistos pela bailarina no museu britânico.

Isadora inovava o tempo todo inventou o balet de pés descalços. Acreditava que para se expressar o corpo deveria estar "livre" e não presa as tais formalidades como o tutu, a sapatilha de ponta quadrada. Por muitos crítico era considerada "dançarina" e não "bailarina" por dançar de pés descalços e apenas com um manto sobre seu corpo.

Sua dança era algo completamente diferente do usual,movimentos improvisados, inspirados nos movimentos da natureza: vento, plantas, água. Os cabelos meio soltos e os pés descalços também faziam parte da personalidade bailarina. Sua vestimenta era leve. O cenário simples, era composto apenas por uma cortina azul. Utilizava músicas até então tidas apenas como para apreciação auditiva. Ela dançava ao som de Mozart, Chopin e Wagnere a expressividade pessoal e improvisação estavam sempre presentes no seu estilo.

Isadora tinha personalidade forte e não se curvava à tradições. Não era afeita ao casamento, tendo casado três vezes e só o fazendo porque tinha a possibilidade de separar-se, caso necessário, teve um filho de cada relacionamento.

Em 1898 Isadora foi para Londres em busca de reconhecimento profissional. Lá consolidou sua fama, sua primeira apresentação em Paris no ano de 1902. Em 1908 escreve The Dance. Em 1913 um incindente tira a vida de seus dois filhos, Deirdre e Patrik, que morrem afogados no rio Sena. Devido ao fato, Isadora passa alguns anos sem se apresentar. No ano de 1916 ela vem ao Brasil e apresenta-se no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, nesta época ela estava com 38 anos de idade.

Isadora foi amada e odiada, dançou a Marselhesa apenas vestida com a bandeira da França, todos acharam divíno, elegante. Na Argentina foi da bailarina mais aguardada e odiada e expulsa do país após a primeira apresentação. Repetiu o feito da bandeira mas com da Argentina, os argentinos não aceitaram.

Em 1920 foi para Moscou. Isadora era grande amiga de Lenin, líder da Revolução Russa e do Partido Comunista. Em Moscou criou a primeira "Escola Popular de Dança do trabalhadores". Ensinava os filhos dos camponeses como dançar, dançar a liberdade! Casou-se com o poeta soviético Serguei Esenin, de quem se separou dois anos depois. Serguei se matou em 1925.

Isadora vai para a França e passa seus últimos anos, em Nice. Em 1927 escreveu uma auto-biografia intitulada My Life e morreu no mesmo ano, em 14 de Setembro de 1927. Em 1928 são editados seus artigos póstumos em The Art of the Dance.

Isadora morreu em um acidente de carro conversível, quando seu echarpe ficou preso a uma das rodas enforcando-a. "Adeus, amigos! Vou para a glória"!, dissera, ao entrar no carro.

Isadora Duncan, odiava seu país de origem, era ligada as causas populares e entre o capital e o trabalho nunca deixou dúvida sobre o lado em que estava: "NO MEU MANTO VERMELHO, SEMPRE DANÇAREI A REVOLUÇÃO!

Com tudo isso, só tenho uma coisa para encerrar este texto...

PRA SEMPRE ISADORA!

Nenhum comentário: