Marcos Fernando Kisrt |
Uma das coisa que aprendi a gostar na vida foi dos gatos. Desde criança sempre tive cachorros, vira-lata, linguiçinha epor aí vai. Tinha asco dos pobres felinos, achava a personalidade dos gatos muito traiçoeira. Pois bem, certo dia resolvi ter um gato ou melhor uma gata o nome? "Rê Bordosa" sim em homenagem a personagem criada por Angeli. Resultado me apaixonei pelos felinos. Penso até que adoraria ser um ou melhor uma.
A Rê Bordosa era linda, amarela com jeito de Garfield e cara de Gato de Botas do filme Sherek. Até morou comigo aqui em Porto Alegre por um ano até minha odiosa vizinha roubá-la em uma das minhas saídas. Não é isso que quero contar, quando penso no roubo vou ficando irritada. Acontece que a Rê Bordosa era uma menina até o dia que foi levada ao veterinário para fazer a tal cirurgia para não ter gatinhos... o que descobrimos? Não era uma gata era um gato! Como tudo era cor-de-rosa, a coleira, a cama, a caixinha de areia o brinquedos...decidi que ia continuar sendo a minha Rê Bordosa gata. Acho que isso gerou alguns problemas psicológicos nela ou melhor nele.
Cheguei onde queria, neste aniversário ganhei diversos presentes e um dele foi o livro " O Gato que não sabia de nada" de Marcos Fernando Kirst natural de Santa Maria mas radicado em Caxias do Sul. De quem veio o presente? Não poderia ser de outra pessoa se não da minha inveterada leitora Ivânia minha mãe.
O livro é fantástico, é narrado em primeira pessoa e quem narra? O gatinho que também foi levado ao veterinário pelos seus "pais adotivos, humanos" para fazer sua 1° consulta e saber se era um gatinho ou uma gatinha, Bioy tem crises de identidade, “Eu é que não iria engolir aquilo de jeito nenhum, pois, se era para os tais de vermes, os vermes que engolissem aquilo, eu é que não, pois posso ser gato, macaquinho,vira-lata ou até jornalista, mas verme não sou e, portanto, não engoliria remédio para vermes! Foi tudo isso que eu disse para eles entre meus dentes enquanto eles me forçavam a engolir a pílula, que acabou assustadoramente caindo pela minha goela abaixo, apesar de meus protestos. Urgh! Pfuaf!!! Eca!!!!!”
O livro é infanto-juvenil, mas não deixa nada a desejar. Li em meia hora e me diverti muito. A narração de Bioy faz com que nós " bichos humanos" possamos entender um mundo que não é o nosso e sim o dele mas que compartilhamos no dia a dia.
“E tem vezes que eles ficam simplesmente encantados quando eu, estando no meio dos dois no sofá da sala, fixo meu olhar naquele aparelho barulhento e cheio de imagens coloridas que mudam o tempo todo, que eles parecem adorar. ‘Veja, amor, o Bioy assiste televisão’, eles comentam... Nada a ver! Fico, na verdade, é meio pasmado por alguns segundos, tentando entender onde está a graça que eles encontram naquilo, mas logo me canso e prefiro voltar aos carinhos deles e fechar meus olhos para sonhar coisas e mundos fantásticos que só a imaginação dos gatos é capaz de criar.”
Vale a pena a leitura, em um momento de descontração, momento de não pensar em nada apenas soltar a imaginação e entrar no fantático mundo do "gatinho menino Bioy" afinal não é qualquer gato que escreve histórias!
Nenhum comentário:
Postar um comentário